terça-feira, 10 de julho de 2012



CANÁRIOS COBALTO

Histórico
Em 1994, por ocasião do campeonato da Alemanha, em Ulm, os canários cobre nevados de um quarteto de Karl-Werner Weber, causaram grande surpresa, já que eles tinham a parte de baixo do ventre em volta da cloaca uma coloração cinza bem escuro. Havia apenas três exemplares com esta particularidade e isto foi atribuído a uma manipulação de Karl-Werner. 
De volta à sua casa arrancou algumas penas de coloração diferente e esperou para ver como elas iriam crescer novamente. Na primavera seguinte, Karl-Werner obtém os primeiros filhotes vindos destes machos cobre. Infelizmente, todos tinham a parte de baixo do ventre clara, correspondendo ao cobre clássico normal. No ano seguinte, Karl-Werner me informou que havia cruzado este macho com uma de suas filhas, para fixar assim o peito escuro. Infelizmente, neste ano, este macho não fecundou nenhum ovo. Assim, no período de cobertura, ele decidiu cruzar irmão x irmã com os filhotes obtidos no ano anterior. Foi assim que 
surgiram os primeiros filhotes com a parte de baixo do ventre cinza. Logo pudemos observar que em sua plumagem juvenil estes pássaros tinham no corpo muitas penas pretas.
Após alguns acasalamentos podemos afirmar: esta mutação é devida à hereditariedade recessiva livre.
Texto: Fritz Heiler
Revista Brasil Ornitológico nº 49

 Identificando-se com uma paixão.

As heranças materiais são facilmente identificadas, justamente porque os bens estão ao alcance dos nossos olhos, e ao dispor de nossas mãos. Não é algo natural apaixonar-se pelos bens, mas sim usufruir dos seus benefícios. Há muitas famílias que experimentam o descaso dos herdeiros em relação a herança, e isso causa muito descontentamento, principalmente por se achar que os herdeiros não valorizam o esforço de seus antepassados.
Quando a herança é de caráter espiritual, muitos até se vão sem fazer uso dela, provavelmente por não ter conseguido identificá-la. Mas, aqueles que conseguem identifica-la e tomar posse, se torna uma verdadeira paixão, algo que não se quer abrir mão. Assim, é a história da maioria dos criadores de canários belga e a minha história não é diferente.
Por um bom tempo acompanhei a vida de meu pai, com as gaiolinhas de canários belga. Era interessante como ele separava os filhotes, observando a composição de cores que teria, e indicando a quem iria dar de presente. Quando o Senhor Deus recolheu o meu pai, passei um tempo com um de seus canarinhos, mais tive que devolvê-lo a minha mãe. A essa altura, eu já andava pelas feirinhas a procura de belos canários para criar, sem entender o que me conduzia por esse desejo. Acabei me associando ao Clube Ornitológico de Feira de Santana, e com as novas amizades, adquiridas no clube, tenho aprendido como desenvolver essa paixão. Estabelecer objetivos de criação, conhecer novos criadores, contribuir para a preservação das aves, desenvolver o melhoramento genético através do acasalamento. A leitura é indispensável nesse processo e para saber como proceder nas diversas situações de manejo do criadouro.
Criar ambiente favorável à participação da família, através dos concursos de canário, viagens e reuniões sociais é outro grande atrativo, pois a família sendo um projeto de Deus, mais do que uma paixão, é a razão da minha existência.
Apreciar a beleza enquanto ouço o canto suave de um canário gera satisfação inexplicável. Poder compartilhar o momento com outras pessoas, aumenta ainda mais o contentamento.
Enfim, estou perfeitamente identificado como uma das paixões de minha caminhada terrena.